Nas últimas décadas, tem se observado uma maior cautela em relação à hidratação de atletas e pessoas fisicamente ativas. Se o excesso de ingestão de líquidos deve ser evitado, por desenvolver hiponatremia, ou "intoxicação por água", a desidratação pode comprometer o desempenho durante o exercício e aumentar os riscos associados ao esforço e ao calor.
A desidratação aumenta o estresse causado pelo exercício, elevando a temperatura corporal, prejudicando as respostas fisiológicas e o desempenho físico e produzindo riscos para a saúde. Estes efeitos podem ocorrer mesmo que a desidratação seja leve ou moderada, com até 2% de perda, agravando-se à medida em que ela se acentua.
É importante que sejam reconhecidos os sinais e sintomas da desidratação:
- Quando leve a moderada, ela se manifesta com: fadiga, perda de apetite, sede, pele vermelha, intolerância ao calor, tontura, oligúria (diminuída quantidade de urina) e aumento da concentração urinária.
- Quando severa, ocorre dificuldade para engolir, perda de equilíbrio, a pele se apresenta seca e murcha, olhos afundados e visão fosca, disúria (dificuldade de urinar), pele dormente, delírio e espasmos musculares.
Recomendações de reposição de líquidos
Deve-se ingerir líquidos antes, durante e após o exercício:
- Para garantir que o indivíduo inicie o exercício bem hidratado, recomenda-se que ele beba cerca de 250 a 500ml de água duas horas antes do exercício.
- Durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão já nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. O volume a ser ingerido varia conforme as taxas de suor, entre 500 a 2.000ml/hora. Se a atividade durar mais de uma hora, ou se for intensa do tipo intermitente mesmo com menos de uma hora, é preciso repor carboidrato na quantidade de 30 a 60g/h e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7g/h, utilizando-se por exemplo, bebidas isotônicas. A bebida deve estar numa temperatura em torno de 15 a 22ºC e apresentar um sabor de acordo com a preferência do indivíduo.
- Após o exercício, deve-se continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e sudorese.
Fontes:
- MAUGHAN, Ronald J.; BURKE, Louise M. Nutrição Esportiva. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 139-41
- GUERRA, Isabela. Hidratação no Exercício. In: BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. São Paulo: Manole, 2005. p. 151-68.
- MACHADO-MOREIRA, Christiano et al.. Hidratação durante o exercício: a sede é suficiente? Rev Bras Med Esporte, Vol. 12, Nº 6 – Nov/Dez, 2006.
- SBME. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação da ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 9, nº 2, p. 43-5, mar./abr. 2003.
Um comentário:
Poderei usar parte desta postagem em um texto que estou escrevendo, para explicar a desidratação? Claro, colocando a fonte! Att. Thomas
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