segunda-feira, 14 de março de 2011

EFEITOS DOS DIFERENTES TIPOS DE PROTEÍNAS NO METABOLISMO


Sabe-se que refeições ricas em proteínas possuem maior efeito termogênico* do que aquelas ricas em carboidratos e lipídios. Até recentemente, não havia informação na literatura sobre os possíveis efeitos de diferentes fontes protéicas no metabolismo. Porém, um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition em janeiro deste ano apontou que podem haver diferenças após a ingestão de 3 tipos de proteínas sobre o metabolismo energético, saciedade e glicemia.

Foram utilizados na pesquisa as seguintes refeições:

  • Refeição whey: 50% do valor energético total (VET) em proteína do soro de leite (whey protein), 40% de carboidrato e 10% de gorduras (também chamadas de lipídios);
  • Refeição caseína: 50% do VET em caseína, 40% de carboidrato e 10% de lipídios;
  • Refeição soja: 50% do VET em proteína de soja, 40% de carboidrato e 10% de lipídios;
Uma quarta refeição composta de 95,5% do VET em carboidratos e outra contendo 19% de proteína, 9% de carboidrato e 22% de lipídios foram utilizadas para investigar como essas três proteínas influenciam no índice glicêmico e insulinemia (níveis de insulina no sangue).

Os resultados apontaram que a refeição rica em whey aumentou em 14,4% o gasto energético em repouso após 5:30h da ingestão. A refeição caseína aumentou em 12%, a de soja em 11,6%, e a refeição rica em carboidrato 6,6%.

Da mesma forma, a taxa de oxidação de gordura também foi maior após a refeição whey (16,2 g) do que após a refeição soja (13,7 g) e após a refeição rica em carboidratos (10,9 g).

Outro benefício encontrado a favor da refeição Whey foi em relação à glicemia dos indivíduos após o consumo. Ela aumentou em 32% os níveis de glicose sanguíneas, enquanto que a refeição rica em carboidrato aumentou em 154%, a caseína em 143%, e de soja em 151%. Entretanto, as análises de sensações subjetivas do apetite indicaram que a refeição caseína e soja saciaram mais do que a refeição whey.

A partir deste estudo, podemos acreditar que possivelmente proteínas específicas podem ser incorporadas à dieta para modular o metabolismo energético, contribuindo para a perda de peso e gordura corporal e para o controle da glicemia em pessoas com resistência insulínica.


OBS.:

Efeito termogênico do alimento é a energia que o organismo gasta para digerir e absorver o alimento. A termogênese pode variar de acordo com a composição da dieta. A proteína é o nutriente que possui maior efeito termogênico, seguido do carboidrato e, por último, a gordura. 
 
Acheson KJ, Blondel-Lubrano A, Oguey-Araymon S, Beaumont M, Emady-Azar S, Ammon-Zufferey C, et al. Protein choices targeting thermogenesis and metabolism. Am J Clin Nutr. 2011 Jan 12. 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

GENGIBRE X DORES MUSCULARES


O gengibre, membro da mesma família do açafrão, contém compostos anti-inflamatórios e óleos voláteis que mostram efeitos analgésicos e sedativos em estudos com animais. Um estudo recentemente publicado no "The Journal of Pain" pesquisou se esses efeitos podem ocorrer também em humanos. 

Os cientistas avaliaram 74 adultos após a prática de exercícios que supostamente causariam dores e inflamações musculares. Durante 11 dias, os participantes comiam, diariamente, dois gramas de gengibre ou um placebo. No final, os grupos do gengibre mostraram reduções de 25% nas dores musculares, passadas 24 horas dos exercícios.

Em outro estudo duplo-cego semelhante, cientistas compararam o que acontecia quando os participantes comiam dois gramas de gengibre um e dois dias após o exercício. O gengibre parecia não causar efeito logo após a ingestão. Porém, foi associado a uma redução na dor no dia seguinte, o que levou os pesquisadores a concluir que o gengibre pode ajudar a "atenuar a progressão diária da dor muscular".


Outros estudos mostraram que consumir gengibre antes de se exercitar não traz impacto sobre dor muscular, consumo de oxigênio e outras variáveis fisiológicas durante, ou imediatamente após uma sessão de exercícios. Isso sugere que, se o gengibre gera quaisquer benefícios, eles devem se limitar a reduções das dores nos dias após os exercícios.