terça-feira, 26 de maio de 2009

A CAFEÍNA E O DESEMPENHO ESPORTIVO


Substância presente em vários produtos consumidos diariamente, como o guaraná, o mate, o chocolate, o café, alguns refrigerantes e chás, a cafeína é a droga estimulante mais ingerida do mundo, sendo considerada aceitável por ser utilizada há muito tempo e de forma ampla. Sua utilização por atletas, com a intenção de melhorar a performance, tem se tornado popular nas últimas décadas, devido aos estudos sobre seus efeitos ergogênicos.

Tema de diversos estudos na área esportiva, a cafeína parece produzir efeitos benéficos tanto em esforços nos exercícios mais curtos e de alta intensidade até os esforços submáximos. Entre os mecanismos que podem explicar a melhora da performance estão:

  • efeito poupador das reservas de glicogênio (combustível energético limitante em exercícios de endurance) durante a atividade física, provavelmente por elevar as taxas de ácidos graxos livres no sangue.

  • estímulo do sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta, estimulando a circulação sanguínea e o funcionamento cardíaco.

  • estímulo da contração muscular, melhorando o desempenho em exercícios de alta intensidade e curta duração.

Estudos recentes indicam que ocorrem benefícios ao desempenho quando a cafeína é consumida em doses de 1 a 3mg/kg de peso, parecendo não haver uma relação da dose com o efeito da ingestão da cefeína; são observados benefícios com dose pequena, não ocorrendo aumento nos benefícios com o consumo de quantidades maiores.

Veja no quadro abaixo as principais fontes de cafeína na dieta:


Efeitos Colaterais

A cafeína é relativamente segura, mas as tolerâncias individuais variam e com isso pode haver efeitos colaterais. O consumo excessivo pode provocar rubor facial, ansiedade, nervosismo, tremor, insônia, e até mesmo, arritmias cardíacas e perda de memória. Além disso, pode ocorrer aumento da temperatura corporal, podendo prejudicar o desempenho em exercícios realizados em altas temperaturas. Por aumentar a diurese, a cafeína pode promover a desidratação.

Proibição e Monitoramento

A cafeína esteve incluída na lista de substâncias proibidas pela World Anti Doping Agency (WADA) na classe de estimulantes (A) até final do ano de 2003. Entretanto, mais recentemente a cafeína foi retirada da lista de substâncias proibidas, sendo incluída em um programa de monitoramento, o qual será feito por meio de acompanhamento na incidência do uso de cafeína pelos atletas.


OBS.: A Medicina Esportiva estabelece um conceito para o termo “agente ergogênico” que abrange todo e qualquer mecanismo, efeito fisiológico, nutricional ou farmacológico que seja capaz de melhorar a performance nas atividades físicas esportivas, ou mesmo ocupacionais.



Fontes:

  • MAUGHAN, Ronald J.; BURKE, Louise M. Nutrição Esportiva. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 139-41
  • ALVES, Letícia Azen. Recursos Ergogênicos Nutricionais. In: BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. São Paulo: Manole, 2005. p. 306-08.
  • ALTIMARI, Leandro Ricardo et al. Cafeína e performance em exercícios anaeróbios. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. vol. 42, n. 1, jan./mar., 2006.
  • BRAGA, Luciana; ALVES, Mariana. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de endurance. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v.8 n. 3 p. 33-7. junho 2000.
  • BARROS NETO, Turibio Leite de. A Controvérsia dos Agentes Ergogênicos: Estamos Subestimando os Efeitos Naturais da Atividade Física? Arq Bras Endocrinol Metab vol 45 nº 2 Abril 2001.

domingo, 24 de maio de 2009

ATLETAS E BEBIDAS ALCOÓLICAS


A ingestão de bebidas alcoólicas é frequentemente relacionada às rotinas sociais do esporte, principalmente em reuniões pós-eventos e a atividades de encerramento de temporada.


Estudos apontam que atletas que bebem durante o exercício ou anteriormente a ele, como na noite anterior, apresentam o desempenho bastante prejudicado. Já o consumo de grandes quantidades de álcool após evento competitivo ou sessão de treinamento desvia a atenção do atleta para a recuperação ou controle de lesões, prejudicando o reabastecimento energético e nutricional e a reidratação.

É difícil mudar as atitudes e os comportamentos dos atletas em relação ao álcool. Técnicos, coordenadores e profissionais da medicina esportiva devem divulgar orientações que incentive o consumo moderado de bebidas alcoólicas, as quais devem banidas dos vestiários e substiuídas por lanches ou refeições apropriados. Muitas vezes, os atletas bebem quando estão com os colegas, sendo então mais fácil alterar o ambiente em que isso ocorre do que mudar as atitudes imediatas.


Devemos lembrar também que, da mesma forma que outras pessoas, os atletas não estão imunes aos demais problemas causados pelo álcool, como o grande risco de acidentes de automóvel quando o motorista se excede na ingestão de bebidas alcoólicas. Os atletas, que geralmente são admirados pela população em geral, podem servir como exemplo eficaz nessa área.

Fontes:

  • MAUGHAN, Ronald J.; BURKE, Louise M. Nutrição Esportiva. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 74-80
  • SANTOS, Marinella dos; TINUCCI, Taís. O Consumo de Álcool e o Esporte: uma Visão Geral em Atletas Universitários. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, 2004, 3(3):27-43

terça-feira, 19 de maio de 2009

A NUTRIÇÃO E O ESPORTE


A nutrição é um dos aspectos que pode melhorar o desempenho de atletas. Quando bem planejada, ela pode reduzir a fadiga e as lesões, além de aumentar os depósitos de energia para as competições

Dependendo das características do atleta, como hereditariedade, sexo, idade, peso, composição corporal, condição física, fase de treinamento e a freqüência, intensidade e duração das sessões de exercícios físicos, o esportista irá precisar de maiores ou menores quantidades calóricas e de nutrientes.

O desequilíbrio freqüente entre a quantidade de calorias que o atleta ingere e o quanto ele gasta pode provocar mudanças na composição corporal, podendo prejudicar ou não a saúde e o desempenho dele. Com a baixa ingestão de calorias, por exemplo, a gordura e a massa magra do corpo são utilizadas como energia para a atividade física, o que diminui o teor muscular, e consequentemente, a força e a resistência do atleta. Se essa baixa entrada de calorias ocorre por um período prolongado, haverá falta de nutrientes, particularmente vitaminas e minerais.